Isolamento
Número de passageiros segue estável
Mesmo com a reabertura gradual dos serviços, fluxo no transporte coletivo não sobe na mesma proporção
Jô Folha -
Nas últimas semanas, o número de casos da Covid-19 aumentou, assim como o fluxo de pessoas nas ruas e avenidas centrais da cidade. O número de carros, motos, bicicletas e pedestres circulando é grande. No entanto, o fluxo de passageiros no transporte coletivo não tem subido na mesma proporção: entre maio e junho, o aumento foi de 10%. Diariamente, cerca de 33 mil pessoas utilizam os ônibus, o que representa 30% dos passageiros que anteriormente usavam o serviço.
O Consórcio do Transporte Coletivo de Pelotas não visualiza, por enquanto, um aumento nos horários e de veículos em funcionamento,para todas as linhas. Isso porque, conforme explicou o diretor-presidente do CTCP, Enoc Guimarães, as mudanças são feitas pontualmente, de acordo com a demanda de usuários. “Estamos construindo soluções na medida que vão aparecendo. As adequações são diárias”, explicou. Desde março, passaram por adequações as linhas do Sítio Floresta, Guabiroba e, mais recentemente, aquelas que atendem os passageiros que utilizam o transporte coletivo para retornar do Shopping Pelotas.
O problema é que o número de passageiros não cresceu tanto quanto o esperado pelo Consórcio. No último ano, a média de passageiros era de cem mil por dia; em março, o número despencou para 17 mil. Maio teve um dia de pico de usuários, foram cerca de 33 mil, quantia que se assemelha ao fluxo diário de viajantes por dia em junho.
O titular da Secretaria Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT), Flávio Al Alam explica que uma parcela dos usuários que deixaram o transporte coletivo de lado representam os estudantes e professores de escolas das redes municipal, estadual e das universidades - antes esse número representava 25% de todas as bilhetagens. Outros dois fatores são os turnos escalonados, resultantes da redução de jornadas no comércio e indústria, e o grupo de pessoas que não está saindo de casa.
Atualmente, 40% da frota está nas ruas, enquanto o restante segue na garagem. Os finais de semana representam os dias de menor movimento, aos sábados o número de passageiros fica na casa dos 15 mil e nos domingos, 3,5 mil.
Preocupação com possíveis demissões
Enoc Guimarães ressalta também a expectativa de renovação da Medida Provisória do governo federal que permitiu a suspensão ou diminuição das jornadas de trabalho dos funcionários. “Grande parte dos funcionários está com a jornada reduzida”, contou. Assim, a saída para que as contas não apertem ainda mais a empresa é a prorrogação.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Rodoviário, Claudiomiro Amaral, demonstra maior preocupação em relação ao mês de agosto. Iniciado em abril, o contrato sob vigência da MP termina no final deste mês. Até então, 20 trabalhadores foram demitidos no setor do transporte - percentual de 1,3% no montante da categoria. O presidente do Sindicato afirma que estes desligamentos já eram esperados. Contudo, caso a prorrogação não ocorra, o número pode crescer até o fim do ano.
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